segunda-feira, 27 de abril de 2009

1Cor 13 Bola de Neve

Poderia ter a fé necessária
Para mover as montanhas dos
Seus lugares mais sem amor de
Nada valeria minhas palavras
O vento levaria
Poderia eu falar todas as
Línguas que se falam na terra
E no céu poderia ter a fé
Necessária para mover as
Montanhas dos seus lugares
Poderia entregar o meu corpo
Para ser queimado ruuu uuuu
Mais sem amor de nada valeria
Minhas palavras o vento
Levaria o amor é bondoso é
Paciente tudo espera, tudo
Crê, tudo suporta não sou eu
Quem vivo é cristo que vive
Em mim sou servo por amor a
Cristo que deu sua vida por
Mim não sou eu quem vivo é
Jesus cristo que vive em mim
Sou servo por amor a cristo
Que deu sua vida por mim


Composição: Denise G. de Seixas Pereira

quinta-feira, 23 de abril de 2009


CARTA A FILÉMON

Nesta carta tão curta ficamos a saber muitas coisas e a desejar de saber muito mais. Sabemos que Paulo está preso e que não corre risco de vida. A prisão tem a ver com o seu evangelho, mas desconhecemos o teor concreto do seu «crime» de acordo com o tribunal de Éfeso. Pelos vistos, Eprafas também está preso pelo mesmo motivo, diferente das visitas de Marcos, Aristarco, Demas e Lucas. É possível que Onésimo fosse escravo, mas também é possível que fosse um servo enviado por Filémon para ajuda Paulo. E quem o retivera na prisão «para servir» foi o próprio Paulo.
Este escravo, pela acção de Deus e pelo agir missionário de Paulo, converteu-se ao cristianismo.
O tema central das cartas de Paulo é o encorajamento, na vida da Igreja, que consiste na permanente firmeza da fé.
Um outro tema importante que está presente nesta mesma carta é a «comunhão» na própria vida da Igreja.
O que Paulo nos quer transmitir nesta breve carta a Filémon é que cada homem nunca é um caso perdido, mas algo que se pode recuperar na relação de amor mediante o reconhecimento do outro segundo o coração e não segundo a carne. Se todos fossemos casos perdidos Cristo não se entregaria na cruz por nós. O amor comporta sofrimento Deste modo, nesta carta está explícita a relação humana que está intimamente unida a relação com Deus. Existe aqui uma relação de apostolado, pois podemos destacar que o relacionamento destas três personagens (Paulo, Filémon e Onésimo) é um relacionamento de apostolado.

CARTA A FILÉMON (1-25)


Trata-se da carta mais pequena e Paulo com carácter de recomendação. Muitos autores classificam-na de «bilhete». Mas é uma carta verdadeira porque o normal era escrever as cartas num único papiro, como deve ter sido o caso. Esta pequena carta está cheia de interresse eclesial, para compreender aquelas comunidades cristãs primitivas.
Paulo continua preso em Éfeso e escreve uma carta a Timóteo, que o tinha visitado. Escreve a um amigo chamado Filémon, que classifoca de «nosso colaborador». Possivelmente, tratava-se de alguém com posses e casa mais ou menos farta, que se transformara em casa - igreja doméstica. Na saudação (Flm 1-3) refere também a «irmã Ápia e Arquipo, nosso companheiro de luta, e a Igreja que se reúne em tua casa». Da saudação passa a acção de graças (Flm 4-7), louvando vivamente a amizade e a fé de Filémon. Seguidamente Paulo passa a narrar o assunto da carta em (Flm 8-22). Esta breve carta de S. Paulo a Filémon fala da exortação que Paulo faz a Filémon para receber de volta o seu escravo Onésoimo. Este foi acusado de um roubo ao seu próprio patrão Filémon (Flm 10-12).
Por fim, o apóstolo Paulo conclui a sua carta com uma saudação e bênção (Flm 23-25).

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A 2ª carta aos tessalonicenses

Sintese do artigo de Celso Pedro, em www.cnbb.org.br


De Atenas Paulo parte para Corinto, na província da Acaia, onde terá a oportunidade de escrever de novo aos fiéis de Tessalônica. Paulo ficou sabendo de alguns erros de interpretação da sua carta, no que se refere à “parusia”.
Perguntavam o que aconteceria aos mortos, dado que Jesus na sua vinda os iria levar vivos para o céu?
Devemos ter em atenção que Paulo usava uma linguagem figurada para descrever o que acontecerá na parusia. Ele fala de um sinal, da voz do arcanjo, do som da trombeta, do arrebatamento, das nuvens, dos ares.
Nesta segunda carta escrita em Corinto, Paulo reforça o seu pensamento através de uma “tríade”. Por diversas vezes ele usa três expressões para dar ênfase ao que está escrevendo.
Ele elogia os tessalonicenses dizendo que eles têm uma fé ativa, uma caridade esforçada e uma esperança perseverante (1Ts 1,3).
Depois, falando de modo positivo, diz que seu procedimento e de seus companheiros foi bom, justo e irrepreensível (1Ts 2,10). Como verdadeiros pais, eles exortaram, encorajaram e testemunharam para que os tessalonicenses vivessem de maneira digna de Deus (1Ts 2,12).
Por fim, Paulo recomenda que haja sempre alegria, oração e ação de graças (1Ts 5,16-18). O Espírito não deve ser sufocado, as profecias devem ser valorizadas, é preciso saber discernir (1Ts 5, 19-21).
É assim que devemos estar preparados para a vinda do Senhor. Naquele dia, o nosso ser inteiro, - o espírito, a alma e o corpo, - estará diante do Deus da paz em santidade perfeita (1Ts 5,23).

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A minha frase de S. Paulo

Na peregrinação pelos caminhos de S. Paulo, com as conferências de D.Anacleto,e após termos passado por Éfeso e Corinto, fiquei particularmente tocada pela 2º carta aos Corintios-Cap.12-9.«Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder»
Um dos paradoxos de Paulo, é ele reconhecer a sua fragilidade, porque sente que é dela que lhe vêm toda a força de Deus.
A graça de Deus actua nele. São os sofrimentos de Cristo, que Paulo sente nele. Vê Cristo na acção dele. Vê a força de Deus em Cristo, quando diz -Meu Deus porque me abandonas-te
Ai Paulo vê a força e o poder de Deus. A força é na fraqueza que se manifesta plenamente.
Paulo sentiu também as perseguições, as dores e as angústias por causa de Cristo. Paulo tem a graça nele e quando manifesta fraqueza é quando mais sente a força de Deus.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Um novo São Paulo, limpo dos mitos por António Marujo

Nas últimas três décadas, a investigação sobre o "apóstolo dos gentios" trouxe novidades. Pequena viagem por obras publicadas em Portugal nos últimos meses
Em três décadas, algumas ideias sobre São Paulo, que Nieztsche considerava o verdadeiro fundador do cristianismo, foram deitadas abaixo. Nos últimos anos, emergiu uma nova figura do "apóstolo dos gentios": alguém que não renegou o judaísmo que professara, de temperamento obsessivo e sujeito a mudanças de humor, promotor da liderança feminina nas comunidades que fundava, opositor da divinização do imperador romano.
A figura de Paulo atrai, além de cristãos, ateus como Alain Badiou, Giorgio Agamben ou Slajov Zizek (os dois primeiros escreveram obras fundamentais da actual bibliografia paulina). Também vários judeus - como Jacob Taubes. E outro ensaísta como George Steiner diz que "Paulo de Tarso é simplesmente um dos maiores escritores da tradição ocidental" e as suas cartas "uma obra-prima de retórica, de alegorias usadas para fins estratégicos, de paradoxos e de um sofrimento corrosivo".
No espaço de poucos meses, algumas obras publicadas em Portugal a pretexto do Ano Paulino - comemoração, até Junho, dos dois mil anos de nascimento de Paulo de Tarso - trouxeram luz sobre a personalidade, a vida, o pensamento e a acção do mais importante missionário do primeiro século cristão.
A biografia escrita por Murphy O'Connor foi uma das boas surpresas traduzidas para português. O'Connor traça um perfil vivo de uma forte personalidade sempre em desassossego, por vezes irascível, que não enjeita a fé judaica. Nascido pouco depois de Jesus, Paulo não chega a conhecer Cristo pessoalmente, mas acaba por ser o principal divulgador da sua mensagem, através das viagens que faz - a última das quais lhe valeu a morte, em Roma, à roda do ano 67. Com Paulo, o cristianismo tornou-se uma religião urbana e cosmopolita, irradiando a sua mensagem a partir das cidades.
Sobre o início e o fim da sua vida sabe-se menos. Na expressão de Pascoaes, são "duas névoas entre as quais medeia um espaço limpo". Durante o qual Paulo escreveu cartas às comunidades que fundara - são 13 textos mas, sabe-se agora, só sete do seu punho; as outras seis não foram escritas por ele ou não há certezas. São esses textos, em grego, a base da redescoberta de Paulo, depois de a sua vida ter sido colada à narrativa do livro dos Actos dos Apóstolos, historicamente menos fiável que as Cartas em vários pormenores.
Nestas revela-se o homem afectivo e terno, que falava do trabalho e da alegria, preocupado com o devir das comunidades que fundara, duro quando precisava de chamar a atenção. Como na primeira Carta aos Tessalonicenses, a primeira por ele escrita (talvez em Corinto, entre 50 e 52) e o primeiro texto do Novo Testamento: "Pedimo-vos, irmãos, que reconheçais aqueles que se afadigam entre vós (...). Sede sempre alegres. Orai sem cessar. Em tudo dai graças. Esta é, de facto, a vontade de Deus a vosso respeito (...) Examinai tudo, guardai o que é bom."
Além de não ter fundado uma religião, Paulo nem sequer considerava ter aderido a uma nova. Para ele, Jesus era a plenitude do judaísmo messiânico: quinze anos depois da sua conversão, observa O'Connor, Paulo acolhia qualquer judeu que também se convertesse e quisesse continuar a praticar a circuncisão ou a comer "kosher". A única condição era acreditar que a sua salvação "dependia completamente da fé em Jesus".
Esta perspectiva foi aberta pela primeira vez em 1977 por Ed Parish Sanders, numa obra que em três décadas se tornou clássica, marcando um antes e um depois nos estudos sobre Paulo. Este "está de acordo com o judaísmo palestino", afirma Sanders, depois de cotejar o pensamento expresso nas Cartas com a literatura judaica contemporânea - incluindo os Manuscritos do Mar Morto e vários apócrifos bíblicos.
Sanders sintetiza a relação de Paulo com o judaísmo dizendo que há pontos de acordo "substanciais" e uma diferença de fundo: a do modelo de religião. "A ideia fundamental é que o crente torna-se um com Jesus Cristo." O'Connor acrescenta que Paulo condenava a compreensão "radicalmente distorcida da Lei [judaica] e não a Lei em si própria".
Sobre o papel das mulheres o investigador da Escola Bíblica de Jerusalém não tem dúvidas: elas tinham um estatuto igual ao dos homens. Em Filipos, por exemplo, "é sem surpresa que vemos Evódia e Sínteque tornarem-se chefes de Igrejas domésticas". Valmor da Silva desenvolve o tema e Carlos Mesters enuncia os nomes de várias líderes referidas nas Cartas: Priscila, Ápia, Lídia, Ninfa, Júlia, Olimpas.
A Didaskalia, revista da Faculdade de Teologia, inclui um conjunto de olhares recentes - e originais - sobre Paulo (onde se destaca uma visão crítica sobre o São Paulo "gnóstico-saudosista" de Pascoaes). No texto sobre os espaços das assembleias dos primeiros cristãos, Carlos Gil Arbiol propõe que o facto de haver mulheres que oram e profetizam, "e que o façam transgredindo as fronteiras naturais da identidade sexual, altera a hierarquia natural e o equilíbrio da ordem doméstica e política".
Mais: esses lugares mostram que Paulo "concebeu e construiu as suas comunidades dando-lhes uma inconfundível dimensão pública (com funções políticas)". Uma perspectiva aprofundada pelo judeu Taubes e por Horsley, que fala mesmo do evangelho "contra-imperial de Paulo".
Nas Cartas, grandes temas são o debate entre a fé e as obras, que levou à ruptura entre católicos e protestantes. Hoje, investigadores e igrejas consideram que a polémica do século XVI está ultrapassada - também porque o ensinamento de Paulo foi visto por Lutero "como reacção contra o judaísmo e oposição a ele", como explica Dunn. A salvação que vem por Jesus para redimir a humanidade do fracasso, a mudança da consciência através da acção do evangelho e do Espírito Santo, a fé como experiência de amor e como esperança na vinda messiânica - são outros temas fortes das Cartas.
Agamben escreveu um comentário à Carta aos Romanos onde fala dessa dimensão messiânica: o tempo presente situa-se entre a ressurreição de Jesus e o tempo escatológico. "O que interessa o apóstolo não é o último dia, não é o instante em que o tempo acaba, mas o tempo que se contrai e começa a acabar - o tempo que resta entre o tempo e o seu fim." E Badiou, que assume o seu ateísmo, diz que Paulo é o fundador do universalismo que "reduz o cristianismo a um só enunciado: Jesus ressuscitou".
"O diálogo de Paulo com as suas comunidades", escreve Becker, "mostra um apóstolo imaginativo, de grande versatilidade conceptual, que afronta os desafios e sabe evoluir."
Na segunda Carta a Timóteo, Paulo escreve: "Combati o bom combate, terminei a corrida, permaneci fiel. A partir de agora, já me aguarda a merecida coroa, que em entregará, naquele dia, o Senhor, justo juiz, e não somente a mim, mas a todos os que anseiam pela sua vinda."

Retirado de: http://ipsilon.publico.pt/livros/texto.aspx?id=221618

Um olhar sobre S. Paulo

“Paulo de Tarso não é só, verosimilmente, o mais hábil dos especialistas em relações públicas de que temos conhecimento: é simplesmente um dos maiores escritores da tradição ocidental. De entre todas as obras literárias, as suas Epístolas continuam e continuarão a ser uma obra-prima de retórica, de alegorias usadas para fins estratégicos, de paradoxos e de um sofrimento corrosivo”.

George Steiner; O Silêncio dos livros.