Comentário do artigo «Dalla schiavitú alienante alla libertá creativa e dalla dignitá umana alla fraternitá cristiana» Note di un economista sulla lettera a Filemone.
Di Francesco Rizzo, Universitá de Catania.
Introdução.
Os justos elogios que Paulo faz à caridade de Filêmon serve-lhe de pretexto para não usar a sua indiscutível autoridade apostólica. Entre todas as cartas que São Paulo escreveu, aquela a Filêmon resulta ser uma jóia onde é posto em relevo a atitude cristã perante a escravidão. Frente as condições sociais daquela época São Paulo traz algo de novo, introduzindo uma nova dimensão espiritual considerando a igualdade fraterna tendo o mesmo criador e pai.
A atenção é dirigida as pessoas considerando a própria transformação interior. Aos dias de hoje onde as estruturas sociais como a Igreja, o estado, família, escola, sendo afectadas pelas várias ideologias presentes ao longo da história, só podem encontrar uma resposta válida na pedagogia evangélica, onde se considera: o homem autor, centro e fim relativo da historia; Deus autor centro e fim absoluto da historia.
Agradecimento a Deus pelo amor e fé de Filêmon.
O autor deste artigo põe em relevo os versículos mais significativos da carta, começando pelo versículo 5: «Porque oiço falar do teu amor e da fé que te anima em relação ao Senhor Jesus e para com todos os Santos». Resulta ser muito interessante ver como Paulo antepõe o amor a fé. Isto resultaria um elemento essencial como ajuda na reflexão daqueles que procuram à verdade esquecendo-se do amor como fundamento da verdade.
A este propósito Bento XVI diz: «a caridade … não é um meio de proselitismo. O amor é gratuito … quem exercita à caridade … não procurará nunca de impor a outros a fé da Igreja … O cristão sabe quando é tempo de falar de Deus e quando é de ficar calado deixando falar somente o amor». Realmente o amor de Deus manifestado no rosto de Cristo ilumina a verdade de Deus que é capaz de mudar «o meu luto em dança» (salmo 30,11).
Continuando no versículo 6 «posso a tua generosidade inspirada pela fe tornar-se eficaz pelo conhecimento de todo bem que nos é dado realizado por Cristo». Já aparece claramente o que é capaz de produzir a fé, o seja, esta dupla direcção do amor para Deus e para os homens ao mesmo tempo. Para além do anuncio da palavra, da boa nova, o essencial é que no seu acolhimento haja todo o bem pelo qual em nome de Cristo se consegue cumprir a nossa missão apostólica. Paulo deseja que o agir no amor seja o sinal eficaz da vida nova recebida pelo evangelho, e contribua a ser difundido. Dito em outras palavras «já na terra experimentar a vida eterna, fazendo presente a maravilha do mistério do amor governado pela Igreja». Assim realiza-se a economia da salvação.
No versículo 7, «de facto tive grande alegria … os corações dos santos». São Paulo convida Filêmon a não cansar-se de praticar o bem, a intenção de Paulo é de conquistar Filêmon servindo-se da carta como depósito de caridade que leva á fé. Daqui nasce a economia monetária da riqueza da fé que tem como único interesse aquele do amor.
Paulo intercede em favor de Onésimo, escravo convertido, fugido do seu padrão.
Nos versículos 8 e 9, «por isso, tendo embora toda liberdade em Cristo de te ordenar o que convêm, prefiro pedir por amor…prisioneiro de Cristo Jesus». Em vez de evocar a suma autoridade apela à caridade dele. Isto mostra a autoridade que é em Paulo, porque só quem tem uma grande autoridade pode pedir uma cortesia e não uma ordem. Não é o apóstolo responsável pela comunidade de colossos que lhe da ordens imperiosas, mas simplesmente «Paulo já ancião, e agora prisioneiro por amor de Cristo Jesus» três títulos suficientes para desencadear a caridade de Filêmon que lhe faz um pedido.
No versículo 10 «que venho suplicar-te…que gerei na prisão». Aqui há um pedido de súplica para que Onésimo poça ser libertado, Paulo considera-o como filho espiritual gerado na fé em Cristo.
«Outrora ele te foi inútil…, para mim» (v.11). É interessante esse jogo de palavras com o nome de Onésimo, que em grego significa “útil”.
«Mando-o de volta a ti; ele é com se fosse o meu próprio coração» (v. 12). Paulo compara Onésimo ao seu coração para evidenciar à importância que tem para ele. Há um utilizo duma metáfora comercial, na qual Paulo considerava-se sócio com Filêmon na mesma empresa apostólica na difusão do evangelho.
«Eu queria segura-lo comigo; …Não fosse como que forçada mas espontânea» (vv. 13-14). Nesses dois versículos podemos ver uma espécie de triangulação trinitária: como o Pai, o Filho e o Espírito Santo, três pessoas que são igualmente Deus, assim Paulo, Filêmon e Onésimo resultam ter em comum algo, isto é, a mesma liberdade que traz o encontro com a pessoa de Cristo. Só o amor é capaz de realizar algo que nenhuma ideologia o dimensão política pode realizar sendo que é o amor que revela-se como o amor criador.
«Tal vez ele tenha sido retirado…para sempre» (v. 15). Nesta separação mostra-se como Deus sabe tirar do mal o bem, sendo que Filêmon prepara-se a libertar Onésimo a través do pedido de Paulo.
«Não mais como escravo…segundo a carne e segundo o Senhor» (v. 16). É caracterizado por Paulo que pela proclamação do nome de Jesus destrói a escravidão infringida a Onésimo. Manifesta-se uma grande sabedoria da Igreja, sendo que o cristianismo eleva e dignifica as relações entre os homens.
«Por tanto, …como se fosse a mim mesmo» (v. 17), Paulo aponta à consideração que Filêmon tem para com ele, para que poça também entrar em comunhão com Onésimo.
«E se ele te deu algum prejuízo…, põe isso na minha conta» (v.18). Paulo pede-lhe que qualquer dívida que Onésimo tem para com Filêmon poça considera-la como se fosse sua.
«Eu, Paulo, escrevo… de ti mesmo a mim» (v.19). É interessante ver uma certa ligação com a oração do Pai Nosso, a qual Paulo procura utilizar para que Filêmon poça pôr-se em discussão. Também é característico o facto que estas palavras são escritas pela sua mão, enquanto normalmente as dita.
«Sim, irmão…da este conforto ao meu coração em Cristo» (v.20). Paulo pede para que poça servir a sua disponibilidade em aceitar o pedido em favor de Onésimo.
«Eu te escrevo…mais do que te peço» (v. 21).Paulo confia na obediência que Filemon terá perante o seu pedido, acreditando que fará mais de aquilo que lhe foi pedido, pode-se reparar uma economia não equilibrada.
«Ao mesmo tempo…espero que vos serei restituído» (v. 22). Embora a dignidade de cada homem igual, para Filêmon a possibilidade de voltar a ver Paulo torna-se garantia de restituição de Onésimo.
«A graça do Senhor Jesus Cristo esteja com vosso espírito» (v. 25). No final da carta o autor considera a palavra espírito como algo que indica as responsabilidades que o homem tem que tomar Perante Deus e perante cada homem.