segunda-feira, 30 de março de 2009






Revelação divina do Evangelho (Gl 1, 11-17)

11Com efeito, faço-vos saber, irmãos, que o Evangelho por mim anunciado, não o conheci à maneira humana; 12*pois eu não o recebi nem aprendi de homem algum, mas por uma revelação de Jesus Cristo.13*Ouvistes falar do meu procedimento outrora no judaísmo: com que excesso perseguia a Igreja de Deus e procurava devastá-la; 14e no judaísmo ultrapassava a muitos dos compatriotas da minha idade, tão zeloso eu era das tradições dos meus pais.15Mas, quando aprouve a Deus - que me escolheu desde o seio de minha mãe e me chamou pela sua graça - 16*revelar o seu Filho em mim, para que o anuncie como Evangelho entre os gentios, não fui logo consultar criatura humana alguma, 17*nem subi a Jerusalém para ir ter com os que se tornaram Apóstolos antes de mim. Parti, sim, para a Arábia e voltei outra vez a Damasco.

Paulo era um fariseu piedoso que cumpria a Lei, mas não conhecia Jesus.
O conhecimento sobre Jesus vai muito mais além de nós próprios.
Paulo, mesmo sabendo coisas sobre Jesus através dos ensinamentos dos discípulos, não conhecia O conhecia verdadeiramente, pois o conhecimento sobre Jesus é de outra ordem. Não basta estar no Templo; não basta saber coisas, mas sobretudo é preciso que a Palavra se nos manifeste. Para que tal aconteça é preciso que não nos tornemos obstáculo da Palavra de Deus que é Jesus Cristo. Deixar-se encontrar por Deus é deixar-se que a Palavra de Deus nos guie e encarne em nós. O homem só pode conhecer Deus se cumprir a sua Aliança.
O conhecimento de Deus não é do ponto de vista enciclopédico mas sim um conhecimento a maneira dos profetas do Antigo Testamento.
O conhecer Cristo não é algo de âmbito abstracto, mas de âmbito muito concreto, pois pressupõe vivência no quotidiano. O conhecimento sobre Jesus é algo que nos desfia a ir mais longe; é algo que nos convida a relacionarmo-nos com Ele. Conhece-Lo é deixa-Lo viver em nós.
Relativamente a este tema do conhecimento, podemos observar que, na segunda Carta aos Coríntios (2Cor 5,16), S. Paulo fala de dois tipos de conhecimento: o conhecimento segundo a carne e o conhecimento segundo o coração.

(2Cor 5,16)
16
*Por conseguinte, de agora em diante, não conhecemos ninguém à maneira humana. Ainda que tenhamos conhecido a Cristo desse modo, agora já não o conhecemos assim.

O conhecimento segundo a carne é um conhecimento mais limitado que o segundo, pois enquanto que o primeiro permite conhecer o outro mediante as suas acções, as suas características físicas e psicológicas, o segundo permite conhecer o outro naquilo que ele é de mais intimo, ou seja, no fundo é conhece-lo realmente. O segundo conhecimento aplica-se a Pessoa de Deus, pois Ele conhece o homem no seu intimo, visto que, como dizia Sto. Agostinho, “Ele é mais intimo que o nosso próprio intimo”, logo Ele ama-nos e conhece-nos segundo o coração. O conhecimento de Deus é anterior ao nosso próprio conhecimento.
Em suma, o conhecer a Deus pressupõe uma relação intima de amor entre o próprio Deus e o homem.

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