Quem é São Paulo?
A celebração dos dois mil anos do nascimento de Paulo de Tarso permitiu, para já, a publicação de muitas obras sobre ele.
Então quem é este Paulo? O verdadeiro Paulo é das cartas ou dos Actos? Ele é um autor grego ou judeu? Qual é o centro da sus teológico da sua justificação: a fé ou ser em Cristo?
Paulo é um autor desconhecido da Igreja, é um daqueles autores, não sendo neutro, que divida a humanidade, que é impossível ser-lhe indiferente, que representa um cristianismo no seu tempo minoritário, apaixonado e prisioneiro do Evangelho, personagem paradoxal, que habitou no contexto e na ruptura do Império Romano. Paulo é, até ao miolo, um Judeu, que a sua teologia é ser em Cristo, diz Albert Schweitzer, na sua obra A Mística do Apóstolo Paulo, 1930. E. P. SANDERS diz que no centro de Paulo está a categoria da participação e E. Käsemann valorizará a dimensão da teologia da libertação em Paulo.
Foi no tempo Grande II Guerra Mundial que foram publicados grandes livros sobre São Paulo e foi o tempo da recuperação do Judaísmo. Jacob Taubes, que se define como um Paulino não-cristão, vê e lê a teologia de Paulo como alguém que se contraria e revolta-se contra o Império, por isso Paulo é uma figura ideal, segundo Taubes, contra o nazismo. Encontra em Paulo os traços de uma revolucionária alteração dos valores em que o nosso mundo se funda. Paulo é marca da ruptura da Lei, afazendo-se afirmação da fé perante a Lei.
Um elemento do maior interesse é, hoje, a multiplicação e leituras sobre Paulo, por parte de algum pensamento contemporâneo. Se é verdade que, de Santo Agostinho a Lutero, de Kar Barth ao nosso Teixeira de Pascoaes, na teologia, na filosofia, nas expressões iconográficas ou na literatura, a pessoa e o pensamento de Paulo nunca deixaram dês ser referenciais, também é verdade que há algo de inédito na referência actual. Encontramos grandes autores interessados na figura de Paulo. Podemos dar exemplos destes autores: o filósofo Alain Badiou; Giorgio Agamben; Slavoj Žižek, que classifica o tempo actual como de «crença suspensa», pois a Fé passou a ser vista como um segredo pessoal e quase obsceno, do qual incorrecto falar. A pergunta feita por ele «és ou não um verdadeiro crente?», tornou-se mais do que nunca uma questão fundamental. A encarnação é a reviravolta da presença de Deus. É um dado monstruoso. Fascina-o em Paulo o cristianismo como ruptura, processo, tomada de posição. Há uma aproximação de estudiosos vindos do judaísmo, é o exemplo do acima citado, Jacob Taubes.
Dois mil anos depois nascimento de Paulo e da sua morte, ele permanece presente. Em Paulo há uma construção do cristianismo como modelo social.
A celebração dos dois mil anos do nascimento de Paulo de Tarso permitiu, para já, a publicação de muitas obras sobre ele.
Então quem é este Paulo? O verdadeiro Paulo é das cartas ou dos Actos? Ele é um autor grego ou judeu? Qual é o centro da sus teológico da sua justificação: a fé ou ser em Cristo?
Paulo é um autor desconhecido da Igreja, é um daqueles autores, não sendo neutro, que divida a humanidade, que é impossível ser-lhe indiferente, que representa um cristianismo no seu tempo minoritário, apaixonado e prisioneiro do Evangelho, personagem paradoxal, que habitou no contexto e na ruptura do Império Romano. Paulo é, até ao miolo, um Judeu, que a sua teologia é ser em Cristo, diz Albert Schweitzer, na sua obra A Mística do Apóstolo Paulo, 1930. E. P. SANDERS diz que no centro de Paulo está a categoria da participação e E. Käsemann valorizará a dimensão da teologia da libertação em Paulo.
Foi no tempo Grande II Guerra Mundial que foram publicados grandes livros sobre São Paulo e foi o tempo da recuperação do Judaísmo. Jacob Taubes, que se define como um Paulino não-cristão, vê e lê a teologia de Paulo como alguém que se contraria e revolta-se contra o Império, por isso Paulo é uma figura ideal, segundo Taubes, contra o nazismo. Encontra em Paulo os traços de uma revolucionária alteração dos valores em que o nosso mundo se funda. Paulo é marca da ruptura da Lei, afazendo-se afirmação da fé perante a Lei.
Um elemento do maior interesse é, hoje, a multiplicação e leituras sobre Paulo, por parte de algum pensamento contemporâneo. Se é verdade que, de Santo Agostinho a Lutero, de Kar Barth ao nosso Teixeira de Pascoaes, na teologia, na filosofia, nas expressões iconográficas ou na literatura, a pessoa e o pensamento de Paulo nunca deixaram dês ser referenciais, também é verdade que há algo de inédito na referência actual. Encontramos grandes autores interessados na figura de Paulo. Podemos dar exemplos destes autores: o filósofo Alain Badiou; Giorgio Agamben; Slavoj Žižek, que classifica o tempo actual como de «crença suspensa», pois a Fé passou a ser vista como um segredo pessoal e quase obsceno, do qual incorrecto falar. A pergunta feita por ele «és ou não um verdadeiro crente?», tornou-se mais do que nunca uma questão fundamental. A encarnação é a reviravolta da presença de Deus. É um dado monstruoso. Fascina-o em Paulo o cristianismo como ruptura, processo, tomada de posição. Há uma aproximação de estudiosos vindos do judaísmo, é o exemplo do acima citado, Jacob Taubes.
Dois mil anos depois nascimento de Paulo e da sua morte, ele permanece presente. Em Paulo há uma construção do cristianismo como modelo social.
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