quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

As Três Narrativas da Conversão de São Paulo


Act. 9, 1-9

Saulo, entretanto, respirando sempre ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, foi ter com o Sumo Sacerdote e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, se encontrasse homens e mulheres que fossem desta Via, os trouxesse algemados para Jerusalém. Estava a caminho e já próximo de Damasco, quando se viu subitamente envolvido por uma intensa luz vinda do Céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: «Saulo, Saulo, porque me persegues?» Ele perguntou: «Quem és Tu, Senhor?» Respondeu: «Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Ergue-te, entra na cidade e dir-te-ão o que tens a fazer.» Os seus companheiros de viagem tinham-se detido, emudecidos, ouvindo a voz, mas sem verem ninguém. Saulo ergueu-se do chão, mas, embora tivesse os olhos abertos, não via nada. Foi necessário levá-lo pela mão e, assim, entrou em Damasco, onde passou três dias sem ver, sem comer nem beber.



Act. 22, 5-11

como o podem testemunhar o Sumo Sacerdote e todos os anciãos. Recebi até, da parte deles, cartas para os irmãos de Damasco, onde ia para prender os que lá se encontrassem e trazê-los agrilhoados a Jerusalém, a fim de serem castigados. Ia a caminho, e já próximo de Damasco, quando, por volta do meio dia, uma intensa luz, vinda do Céu, me rodeou com a sua claridade. Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, porque me persegues?’ Respondi: ‘Quem és Tu, Senhor?’ Ele disse-me, então: ‘Eu sou Jesus de Nazaré, a quem tu persegues.’Os meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz de quem me falava. E prossegui: ‘Que hei-de fazer, Senhor?’ O Senhor respondeu-me: ‘Ergue-te, vai a Damasco, e lá te dirão o que se determinou que fizesses.’ Mas, como eu não via, devido ao brilho daquela luz, fui levado pela mão dos meus companheiros e cheguei a Damasco.



Act. 26, 9-18

Quanto a mim, julguei dever levantar grande oposição ao nome de Jesus de Nazaré. E foi precisamente o que fiz em Jerusalém: com o pleno assentimento dos sumos sacerdotes, meti na prisão grande número de santos e, quando eram mortos, eu dava o meu assentimento. Muitas vezes ia de sinagoga em sinagoga e obrigava-os a blasfemar, à força de torturas. Num excesso de fúria contra eles, perseguia-os até nas cidades estrangeiras. Foi assim que, indo para Damasco com poder e delegação dos sumos sacerdotes, vi no caminho, ó rei, uma luz vinda do céu, mais brilhante do que o Sol, que refulgia em volta de mim e dos que me acompanhavam. Caímos todos por terra e eu ouvi uma voz dizer-me em língua hebraica: ‘Saulo, Saulo, porque me persegues? É duro para ti recalcitrar contra o aguilhão.’ Perguntei: ‘Quem és tu, Senhor?’ E o Senhor respondeu: ‘Eu sou Jesus a quem tu persegues. Ergue-te e firma-te nos pés, pois para isto te apareci: para te constituir servo e testemunha do que acabas de ver e do que ainda te hei-de mostrar. Livrar-te-ei do povo e dos pagãos, aos quais vou enviar-te, para lhes abrires os olhos e fazê-los passar das trevas à luz, e da sujeição de Satanás para Deus. Alcançarão, assim, o perdão dos seus pecados e a parte que lhes cabe na herança, juntamente com os santificados pela fé em mim.’




Ps: sugestão para possíveis comentários: ver o que há de comum nas três narrativas =)

2 comentários:

  1. Pois é Lira! Parece que S. Lucas achou que esta revelação de Cristo que acontece a S. Paulo deveria ser como que um compasso narrativo que marca o ritmo da Narração dos primeiros Cristãos. Juntamente com esta passagem a marcar os ritmos, temos os vários pentecostes. mas voltando à conversão, a primeira vez é Lucas que está a narrar na 3ª pessoa, e as duas a seguir Lucas mete na voz de Paulo a narração.

    Mas Paulo fala nas suas cartas também sobre o seu encontro com Cristo. Encontramos pelo menos explicitamente em Gálatas 1, 15-16.

    "Lá está escrito: “Quando, porém, aquele que me separou desde o seio materno e me chamou por sua graça, houve por bem revelar em mim o seu Filho, para que eu o evangelizasse entre os gentios, não consultei carne nem sangue...”. Segundo este texto, o que foi que aconteceu com Paulo em Damasco? Deus revelou nele seu Filho, Jesus Cristo. Paulo fez uma experiência interna da verdade de Jesus. Ele experimentou dentro dele mesmo, por graça de Deus, que Jesus existia, estava vivo e não era uma fraude. Algo muito forte aconteceu na vida de Paulo naquele momento. Ele sentiu por dentro a presença de Jesus e entregou-se. Não tinha outro jeito. Ali estava Jesus vivo, o Messias vindo de Nazaré, enviando-o a anunciar o Evangelho aos pagãos, os dois pontos que irritavam os judeus e o próprio Paulo. Tudo pode ter acontecido como São Lucas descreve. O importante, porém, é que Paulo fez uma experiência pessoal de Jesus."

    Cônego Celso Pedro
    Arquidiocese de São Paulo
    Jornal “O São Paulo”, 08.07.08

    http://www.cnbb.org.br/ns/modules/mastop_publish/?tac=Ano_Paulino%3A_A_convers%E3o_de_S%E3o_Paulo

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  2. ...e Lógicamente que temos a referencia em 1 Cor 15, 8-11

    "Em último lugar, apareceu-me também a mim, como a um aborto. É que eu sou o menor dos apóstolos, nem sou digno de ser chamado Apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou e a graça que me foi concedida, não foi estéril. Pelo contrário, tenho trabalhado mais do que todos eles: não eu, mas a graça de Deus que está comigo. Portanto, tanto eu como eles, assim é que pregamos e assim também acreditastes"

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