A Beleza da Glória de Deus na criação
"Ao abrir os horizontes da fé, no diálogo com a cultura do seu tempo (recordando as passagens na sinagoga judaica, no areópago grego ou no fórum romano), Paulo revolucionou o mundo ao pregar com ardor e paixão o hino da caridade, da liberdade dos filhos de Deus.
Para Paulo, artífice da palavra, Deus «não habita em santuários construídos pela mão homem (...) não devemos pensar que a Divindade seja semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e engenho do homem» (Act 17,24-29).
Deus ao habitar na história humana suscita a conversão, abertura do coração, o desinstalarmo-nos para ir ao encontro do rosto do Outro, do próximo na sua indigência.
Como diz Urs von Balthazar a «palavra de Deus suscita a resposta do homem, tornando-se ela própria o amor que responde e que deixa ao mundo a iniciativa» de representar algo em tons humanos.
Homem aoaixonado por Cristo, «espírito ao contrário», um «vulcão», «umas das personagens mais fascinantes da Bíblia», segundo as palavras da pintora Ilda David, Paulo revela-nos o esplendor da glória de Deus, na revelação suprema da cruz de Cristo, beleza que salva o mundo, por um acto de amor total, gratuito, num «excesso de dom» - (João Duque)".
D. Jorge Ortiga (Arcebispo Primaz de Braga)
(texto proferido por D. Jorge Ortiga, na inauguração da Exposição da pintora Ilda David)
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